Em evento online promovido pelo site Teletime News, nesta segunda-feira (dia 24/05), a assessora especial da Presidência da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Marcela Carvalho, afirmou que a ABDI anunciará, em breve, os projetos pilotos de testes de uso de 5G em redes privadas nas áreas do agronegócio e de cidades inteligentes.
O primeiro projeto piloto, com foco na indústria, está em andamento. Os testes estão sendo realizados por meio de um convênio entre a ABDI e o Grupo WEG. Os resultados serão detalhados em relatório que será finalizado em junho. Segundo Marcela, o projeto não é apenas um teste, “mas um precursor do que será a adoção dessa tecnologia de quinta geração no país”.
“O relatório será técnico e público. Servirá para que a Anatel confirme premissas. E funcionará também como um caminho das pedras para os futuros usuários do 5G”, explicou a assessora. “Todos que acompanham o tema 5G serão beneficiados pelo relatório final do projeto. E com isso, nós da ABDI cumprimos nosso papel de disseminar o conhecimento sobre o uso das tecnologias”, completou.
A realização dos testes são fruto do Acordo de Cooperação Técnica firmado entre a ABDI e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) com o objetivo de realização de testes de uso da tecnologia 5G em redes privadas. Os resultados dos testes serão usados como subsídio para a regulamentação pela Anatel do uso de redes privadas pela indústria. O acordo ABDI-Anatel prevê também a realização de testes em ambiente do agronegócio e de cidades inteligentes.
Segundo o CEO da V2COM WEG, Guilherme Spinna, os testes de uso de 5G em redes privadas têm como objetivo verificar como o 5G gera produtividade para a indústria. “Empacotar casos de uso que geram valor é o objetivo de nosso experimento”, afirmou. Spinna explicou que com o 5G, o mundo estará no limiar da terceira onda de digitalização, depois de duas revoluções (a energética e a automatização). “O grande valor do 5G é o da supervisão. A automatização por si só não quer dizer sistema inteligente. Com o 5G, vamos ter uma rede sem fio com supervisão da produção”, disse.
Durante o debate Teletime TEC, Marcela Carvalho elencou três grandes desafios diante da tecnologia 5G. A primeira delas é o conhecimento sobre a tecnologia e a implementação da rede para os modelos de produção. O segundo é a necessidade de aumento da cibersegurança, em função da grande pressão que será exercida nas redes. O terceiro desafio é fazer com que o novo arcabouço regulatório estimule a inovação. “A regulamentação tem que possibilitar o florescimento dos novos modelos de negócios”, disse. Também participaram do debate os executivos da Vale, Mário Azevedo; e da Nokia, Wilson Cardoso.