A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e a montadora chinesa de veículos BYD trocaram experiências em torno da transferência de tecnologia para construção de usinas fotovoltaicas e para o fortalecimento e o desenvolvimento do setor de energias renováveis do Brasil. O encontro ocorreu nesta quinta-feira (14/12), na sede da Agência.
As tratativas entre a ABDI e a BYD tiveram início durante agenda da diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida, em uma missão à China, entre os dias 20 e 25 de novembro. Na ocasião, Perpétua Almeida e o gerente da Unidade de Nova Economia e Indústria Verde, Marcelo Gavião, visitaram várias empresas que atuam na cadeia produtiva de energia fotovoltaica no país, dentre elas a BYD.
Também participaram da reunião representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Gavião apresentou o projeto Mais Energia Mais Brasil, cujo objetivo é o desenvolvimento da cadeia produtiva fotovoltaica com transferência de tecnologia, a universalização do acesso à energia elétrica, combate à pobreza energética e a descarbonização no processo de transição energética.
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“Nem a moldura dos módulos fotovoltaicos, que é puro alumínio, é feita no Brasil. Tudo vem de fora. Queremos o fortalecimento da indústria no Brasil e a consequente redução da dependência externa na cadeia produtiva fotovoltaica, desejamos desenvolver uma parceria que viabilize a implantação em solo brasileiro, da primeira fábrica de produção de Células Fotovoltaicas da América Latina, acrescentou Gavião.
Perpétua Almeida destacou a importância do encontro com a empresa chinesa para o fortalecimento da indústria de energia renovável no Brasil e o papel da ABDI nesse processo.
“Somos uma agência do Governo Federal responsável por ajudar no desenvolvimento da indústria. E o mundo inteiro está exigindo uma nova indústria, uma indústria sustentável e verde”, disse a diretora.
O diretor de Desenvolvimento Produtivo e Tecnológico, Carlos Geraldo, reforçou que o Brasil precisa ter uma cadeia produtiva própria. “Nós temos tudo. Temos matéria-prima, capacidade intelectual e técnica para executar o projeto”, destacou.
Produção de placas solares
De acordo com Sócrates Rodrigues, diretor de projetos da BYD, a empresa desenvolve pesquisa em parceria com a Unicamp nas áreas de confiabilidade de módulos fotovoltaicos, processos de manufatura de módulos, células fotovoltaicas e economia circular. Ele destacou a independência energética do Brasil para produção de placas solares no país.
“O Brasil tem pilares para o desenvolvimento da cadeia de silício como um território privilegiado, alto nível solarimétrico, tecnologia, minério, matriz energética verde, retorno de investimento atrativo, P&D e fabricações de módulos nacionais”, afirmou.