A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), em parceria com a Cooperativa de Produtores de Café dos municípios do Vale do Juruá (Coopercafé), promoveu no último sábado, 20, um dia de campo com os produtores de café do município de Mâncio Lima, no Acre.
A ação faz parte do projeto de construção do Complexo Industrial do Café que, além da construção da estrutura física, visa levar conhecimento técnico para os produtores da região. Participaram do encontro mais de 70 agricultores de Mâncio Lima e entorno.
Orçado em R$ 5,3 milhões, o projeto do Complexo Industrial no Acre nasceu após visita técnica aos produtores de café do Vale do Juruá a Cacoal, em Rondônia, onde a ABDI trabalhou no auxílio para a obtenção da Indicação Geográfica (IG) Matas de Rondônia e na estruturação do Laboratório de Solos no Instituto Federal de Rondônia.
“Foi um evento técnico para melhorar a capacitação dos agricultores, com o objetivo de trazer maior engajamento e comprometimento deles pela busca de maior produtividade e qualidade. Não adianta termos um complexo industrial de beneficiamento de café de última geração se eles não fizerem a parte deles muito bem-feita que é produzir café em quantidade e qualidade. Somos um time de alta performance. Cada um tem um papel importante nesta cadeia produtiva. Foi um excelente momento para trazer conhecimento e troca de experiências”, disse o analista de Inovação e Produtividade da ABDI, Eduardo Tosta.
Palestras
Os produtores que participaram do evento puderam acompanhar palestras de engenheiros sobre sistemas de irrigação, agricultura familiar, nutrição e equipamentos agrícolas. Também houve apresentação sobre linhas de crédito para a agricultura familiar.
“Nós vamos atingir os gargalos que os produtores de café estão enfrentando hoje como limpeza, processamento, lavagem, secagem, o beneficiamento e a estocagem”, pontuou a diretora de Economia Sustentável e Industrialização da ABDI, Perpétua Almeida.
Além de contribuir para o desenvolvimento da cultura do grão na região, a indústria beneficiará inicialmente mais de 100 famílias da agricultura familiar.
“Uma produção que é importante para a economia do país passa a ser importante para a economia do Acre também. O fato é que vamos impactar a vida de centenas de famílias na região do Juruá. Quando você melhora a vida dessas famílias, a vida das pessoas que estão nesse entorno também fica melhor”, acrescentou Perpétua.
O presidente da Organização das Cooperativas do Brasil (OCB) no Acre, Valdemiro Rocha, refletiu sobre o impacto da Coopercafé e apontou o esforço dos cooperados. “Eles têm se esforçado para fazer duas coisas: produzir café com a máxima qualidade usando o melhor que tem em termos de tecnologia de cultivo da lavoura do café e primar pela boa governança”.
Sobre o Complexo Industrial
A primeira etapa do projeto prevê a construção do galpão, que terá aproximadamente 1.000 m2 de área construída em terreno adquirido pela Coopercafé. A obra, em andamento (foto), terá duração de 90 dias e vai custar R$ 1,7 milhão, recurso que já foi destinado pela ABDI para a Coopercafé.
A segunda etapa do projeto será a aquisição de equipamentos para a Usina de Beneficiamento do Café, um investimento de R$ 3,5 milhões, que também será realizado pela ABDI, ainda em 2024. Na terceira etapa será construída a Usina Solar Fotovoltaica, contrapartida da Coopercafé para o projeto, cujo investimento é de aproximadamente R$ 740 mil.
Segundo o analista da ABDI, a construção da estrutura já alcançou 63% do total. A previsão é de que a indústria já esteja funcionando em 2024. “Esperamos entrar em operação ainda este ano 100% full, com os secadores ativos e com todos os equipamentos de rebeneficiamento implantados e em operação”.