ABDI premia vencedores do Edital Agro 4.0 – edição AgroBrasília

ABDI premia vencedores do Edital Agro 4.0 – edição AgroBrasília

Cerimônia sediada na feira AgroBrasília 2025 integrou programação que incluiu visita do presidente da Agência, Ricardo Cappelli, às obras do primeiro laboratório de certificação de vinhos do Centro-Oeste

A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) premiou nesta sexta-feira (23/5), na Feira AgroBrasília 2025, realizada no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci (PAD-DF), os vencedores do Edital Agro 4.0 – edição AgroBrasília (foto). Concebido pela ABDI em parceria com a Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), o concurso selecionou seis soluções tecnológicas inovadoras, aplicadas ao campo, para aumentar a produtividade e a sustentabilidade dos produtores da região.

O presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, destacou a importância do apoio às startups, em cerimônia que também contou as presenças da gerente da Unidade de Difusão de Tecnologias da Agência, Isabela Gaya, e do presidente da Coopa-DF e da AgroBrasília, José Guilherme Brenner. “São trabalhos extraordinários, mostrando que os empreendedores brasileiros só precisam de um apoio, de um empurrão, que a coisa vai”, disse, antes de destacar o potencial acadêmico e científico do DF.

“As ideias estão aí. A gente tem aqui, no Distrito Federal, o maior número de PhDs por hectare do Brasil”, afirmou Cappelli. “Nós temos no DF uma capacidade de inovação fantástica, e é isso que a gente está fazendo aqui hoje, estimulando a inovação no campo”, acrescentou.  

Cada tecnologia premiada nesta sexta-feira recebeu um aporte de R$ 150 mil – no total, a ABDI investiu R$ 900 mil na iniciativa. Nessa quinta-feira (22/5), elas foram apresentadas ao público da feira ao assinarem contrato com a Coopa-DF. Conforme previsto no edital, as soluções serão testadas para resolver desafios reais da região, ao longo de um ano. Nesta fase, a expectativa é de impactar cerca de 30 produtores da região.


Apoio continuado ao agro

Ricardo Cappelli (dir.), José Guilherme Brenner e Ronaldo Triacca (esq.) no videocast oficial da Agrobrasília 2025


No mesmo espaço da premiação, a ABDI conta com um estande com programação que inclui palestras e a exposição das tecnologias 4.0 vencedoras do concurso. A estrutura divide espaço com o estúdio do videocast AgroEE Talks (foto), cuja programação também contou com a participação do presidente da ABDI, nesta sexta-feira.

Em bate-papo transmitido ao vivo pelo YouTube com o presidente da Coopa-DF e o diretor da Associação Nacional de Produtores de Vinhos de Inverno (Anprovin), Ronaldo Triacca, Cappelli assegurou a disposição de a ABDI seguir apoiando a modernização tecnológica do agro na região e no país.

O presidente da ABDI lembrou o apoio da Agência à AgroBrasília em 2024 e à edição deste ano, cujo aporte foi de R$ 500 mil, à realização da Expovitis 2025, nos moldes do oferecido em 2024, e à construção do primeiro laboratório de certificação de vinhos do Centro-Oeste, localizado igualmente no Parque Tecnológico e vistoriado por ele, pela manhã.


Vinho de inverno

O laboratório de certificação de vinhos recebeu investimento de R$ 3,4 milhões da Agência que promete estimular a inovação no setor. A estrutura vai permitir a garantia de padrões de qualidade, agregar valor à produção e fortalecer a vitivinicultura nacional, com foco no vinho de inverno.

Segundo Ronaldo Triacca, o espaço não sairia do papel sem o auxílio da ABDI. “A ABDI foi fundamental para nós termos essa obra, esse laboratório, que é um dos mais tecnificados do Brasil e que trará grandes benefícios para o setor todo de produção de vinhos no Brasil”.

Ricardo Cappelli vistoria com Ronald Triacca obras do primeiro laboratório de certificação de vinhos a operar no Centro-Oeste do país


A agenda de Cappelli na AgroBrasília 2025 incluiu, ainda, uma visita ao estande do Instituto Federal de Brasília (IFB) na feira. O instituto tem apoio da ABDI com o projeto Laboratório Agro 4.0, que consiste na criação do primeiro centro de estudos em agricultura de precisão e tecnologias inovadoras no DF.

O investimento da Agência será de R$ 3,1 milhões para estruturação do laboratório, que funcionará no campus Planaltina do instituto federal. A estrutura será um importante foco de difusão e adoção de tecnologias da indústria 4.0 no agronegócio do DF e Entorno.


Conheça as startups premiadas Edital Agro 4.0 – edição AgroBrasília

Daga Agrinavi

Contemplada na categoria Controle e Desempenho de Máquinas Agrícolas, a empresa do Paraná criou sensores de precisão para máquinas agrícolas, permitindo melhora no posicionamento das operações, sobretudo no momento do plantio. “O maior ganho do uso dessa tecnologia é evitar perdas ao agricultor, como na produtividade das áreas aplicadas e na utilização de insumos”, explica Josiane Gonçalves, diretora da startup. A startup utiliza tecnologias como GPS, monitores de plantio e piloto automático para aumentar o desempenho das máquinas em campo.

Olho do Dono

Na categoria Monitoramento Avançado na Pecuária, a startup Olho do Dono, do Espírito Santo, criou uma ferramenta portátil que permite a pesagem de gado sem a necessidade de movimentá-lo, o que otimiza o trabalho no campo e preza pelo bem-estar do animal. “O nosso principal diferencial é a acessibilidade, dando oportunidade de uso a todos produtores, desde o que tem um rebanho de 5, 10 ou aquele com 100 mil cabeças de gado”, diz Luciano Ramos, dono da startup. A tecnologia já é utilizada em todo o país, inclusive no México, Argentina e Paraguai. Só no Brasil, a startup já coletou 1,5 milhão de imagens 3D processadas e analisadas.

Agribela

Dedicada à pesquisa em novas tecnologias agronômicas, a empresa Agribela, do Paraná, percebeu que havia uma falha na identificação e no manejo de pragas e doenças em plantações. Por isso, a empresa desenvolveu armadilhas que capturam as principais pragas em diferentes culturas. Os dados são enviados para um banco de dados. “Com base nessas informações, o produtor tem um aumento de precisão e identificação precoce de pragas, reduzindo os riscos de perdas na produção, indicando, inclusive, se é necessário intervir com produtos biológicos ou químicos para eliminação das pragas”, explica Luiz Guilherme Lira de Arruda, sócio da Agribela. A startup foi contemplada na categoria Controle de Pragas e Doenças.

Simsilo 

Na categoria Tecnologias Digitais para Armazenamento e Pós-colheita, a startup Simsilo, da Paraíba, permite monitorar, em tempo real, os silos agrícolas (grandes estruturas para armazenamento de grãos), evitando problemas como rompimento, superaquecimento e umidade excessiva nas paredes dessas estruturas. “O nosso app recebe informações de vibrações a partir de sensores instalados nos silos e ajuda a identificar riscos invisíveis, ou seja, uma grande ferramenta nas mãos dos produtores”, afirma Matheus de Araújo, um dos idealizadores do projeto.

Raks Tecnologia

Ajudar os produtores a terem uma maior colheita e utilizar menos recursos são os objetivos da Raks Tecnologia, empresa do Rio Grande do Sul contemplada na categoria Irrigação e Gestão Hídrica. “A nossa solução permite economizar água, energia elétrica e auxiliar no aumento da produtividade. O que fazemos é integrar as informações como tipo de solo, tipo de cultura, clima, entre outros, e orientar o produtor quando e o quanto ele deve irrigar o solo”, explica Fabiane Kuhn, cofundadora da empresa. O trabalho é feito a partir da instalação de sensores em campo, que utilizam energia solar e enviam as informações para um aplicativo.

Raia Technology

Por causa da seca, as queimadas são um dos grandes problemas da região Centro-Oeste e, por isso, a Raia Technology utiliza monitoramento em tempo real de áreas mapeadas para identificar focos de incêndio em plantações. “É mais fácil evitar um incêndio do que combatê-lo, então nos antecipamos ao problema para evitar que os produtores tenham perdas”, explica Gabriel Godoy, diretor da Raia Technology, startup criada no Distrito Federal. A partir da identificação do foco, os drones podem carregar cargas liquidas ou sólidas, dispensando a necessidade de brigadistas de incêndio. A empresa foi contemplada na categoria Prevenção de Incêndios e Queimas nas Lavouras. “Para gente, como startup, foi de suma importância a ABDI, uma vez que a gente estava com dificuldade de encontrar um caminho, um recurso, uma possibilidade de desenvolver o projeto”, acrescentou o diretor.

Fotos: Mateus Leocádio / ABDI