Entre os temas da Missão 5 da Nova Indústria Brasil (NIB) estão a transição e segurança energética. Reconhecendo a importância do desenvolvimento de formas de energia renováveis e capazes de alavancar a indústria e garantir a soberania nacional, nesta terça-feira (6/2), a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) deu prosseguimento às conversas com a chinesa BYD sobre a criação e o fortalecimento da cadeia fotovoltaica no Brasil.
O presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, e a diretora de Economia Sustentável e Industrialização, Perpétua Almeida, reuniram-se com representantes da BYD, que é uma das principais montadoras mundiais de carros elétricos e produtora de painéis de energia solar. Recentemente, a montadora assumiu as operações de sua terceira fábrica brasileira, em Camaçari, na Bahia.
Em novembro de 2023, Perpétua liderou uma missão da ABDI à China e iniciou o contato com a empresa. Agora foi a vez de Tyler Li, Alexandre Baldy e Gabriela Salomão, respectivamente, presidente, diretor de relações institucionais e gerente jurídica da BYD Brasil visitarem a sede da Agência, em Brasília.
“A ABDI pretende estar no centro da nova política industrial, trazendo benefícios e crescimento para as cadeias de produção nacionais”, disse Ricardo Cappelli, em sua primeira rodada de negociações internacionais como presidente da Agência. “O Brasil tem espaço físico e desejo de sobra para ser uma potência na energia fotovoltaica. Estamos muito animados com a perspectiva de trabalharmos ao lado da BYD rumo a esse objetivo”, completou.
Mais Energia, Mais Brasil
O encontro reforçou a implementação do projeto Mais Energia, Mais Brasil, cujo objetivo é o desenvolvimento de uma cadeia produtiva fotovoltaica com transferência de tecnologia em território brasileiro. Essa iniciativa da ABDI também prevê a universalização de acesso à energia elétrica, combate à pobreza energética e a descarbonização no processo de transição energética. “A política industrial que estamos construindo é para que o Brasil, aos poucos, reduza a dependência tecnologia de outros países, que hoje é de 95%”, disse Perpétua Almeida. “Não estamos comprando tecnologia de prateleira, estamos criando uma parceria duradoura com uma empresa que domina todo o ciclo tecnológico de baterias elétricas e fotovoltaicas, tecnologia de grande interesse para o desenvolvimento industrial brasileiro”, completou a diretora.
Para Alexandre Baldy, há muita empolgação com o retorno da política industrial do Brasil. “Essa união de esforços é muito importante para que possamos avançar nessa cadeia produtiva como um todo”, disse. A BYD atua no Brasil desde 2013, com duas fábricas em Campinas (SP) onde são produzidos ônibus 100% elétricos e módulos fotovoltaicos.