Maratona tecnológica contra a mentira

Maratona tecnológica contra a mentira

Três tecnologias têm corrido para combater fraudes nos mais diferentes segmentos. Confira o ranking elaborado pela ABDI.

A tecnologia está sempre correndo para deixar o mundo mais seguro. A digitalização trouxe facilidades para as pessoas, principalmente em termos de comunicação, mas também abriu a porta para golpes cada vez mais sofisticados. Para diminuir a vulnerabilidade dos cidadãos, grandes empresas do mundo promovem uma verdadeira maratona tecnológica. A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) destacou três soluções para subirem ao pódio, conforme os investimentos globais de cada uma delas:

Medalha de bronze


Nesta corrida, o blockchain fica com a medalha de bronze, mas deve subir degraus no pódio nos próximos anos. A tecnologia que permite transações transparentes, seguras e sem intermediários deve, no futuro, substituir alguns serviços de cartórios e bancos.  A consultoria Markets and Markets estimou em 1,2 bilhão de dólares o mercado de blockchain em 2018 e projeta que ele chegará a 23,3 bilhões de dólares em 2023.

O blockchain é um código com fonte aberta, em que qualquer pessoa pode baixá-lo e executá-lo para desenvolver novas ferramentas para o gerenciamento de transações online. Estas movimentações são autenticadas e deixam um histórico, um rastro de modificações. Trata-se de uma lista crescente de registros – os blocos -, com dados distribuídos e encadeados usando criptografia. O blockchain ainda é considerada uma tecnologia em desenvolvimento, com grande potencial de exploração. 

Medalha de prata


Uma das tecnologias mais avançadas no mundo para evitar fraudes e garantir maior segurança é a de reconhecimento facial. Por isso, recebe a medalha de prata da competição. Em 2017, o investimento global no setor foi de 3,85 bilhões de dólares e deve alcançar 9,78 bilhões de dólares em 2023, segundo a consultoria Research and Markets. 

Na China, o reconhecimento facial promete revolucionar a segurança pública. A combinação de câmeras e inteligência artificial pretende monitorar cerca de 1,4 bilhão de pessoas no país asiático. A ideia é integrar videomonitoramento em shoppings, terminais de ônibus, banheiros públicos a uma grande plataforma nacional de segurança. Em algumas cidades, já é possível entrar em casa sem utilizar as mãos. Um leitor detecta a face dos moradores e libera a porta. Estados Unidos e Reino Unido também têm projetos parecidos. 

No Brasil, a tecnologia ainda é incipiente. Existem algumas iniciativas, como um projeto piloto testado no bairro de Copacabana, no Rio de Janeiro, durante o Carnaval. Câmeras de reconhecimento facial ajudaram as autoridades a identificarem foragidos da justiça. Especialistas apontam que é preciso trabalhar na precisão dos reconhecimentos, porque a tecnologia atual não é 100% eficaz. Entretanto, na maratona tecnológica contra fraudes, roubos e captura de fugitivos as câmaras com a tecnologia têm sido de grande utilidade. 

Medalha de ouro 


A grande vencedora desta maratona tecnológica é a inteligência artificial (IA). O conceito criado em 1950 tem sido o principal foco de investimento das grandes empresas de tecnologia. Dados apontam que em 2016, Google, Facebook e a Microsoft investiram cerca de 20 bilhões de dólares na área. A inteligência artificial tem uma infinidade de funções, dentre elas a detecção de fraudes.

A empresa de seguros alemã, Allianz, aumentou a detecção de fraudes em 50% depois da introdução de tecnologias com IA, noticiou a revista Época Negócios. A IA consegue fazer uma ampla análise de dados e aferir padrões – inclusive possíveis mentiras de segurados. O desenvolvimento de sistemas de prevenção é o segundo segmento onde mais se investe, quando o assunto é inteligência artificial. Em 2018, foram quase dois bilhões de dólares destinados para a área no mundo. Perdendo apenas para atendentes virtuais, que teve um gasto de cerca de três bilhões de dólares, segundo a instituição International Data Corporation (IDC).