O Presidente da ABDI, Ricardo Cappelli, conduziu nesta quarta-feira, 18/09, na Cidade do Cabo (África do Sul), uma apresentação sobre a plataforma Recircula Brasil, iniciativa pioneira que monitora o ciclo completo dos materiais reciclados do descarte até sua reutilização. A participação de Cappelli integrou a série de palestras sobre circularidade na gestão de resíduos, que ocorreu no último dia do Congresso ISWA 2024 – Resíduo para Riqueza: Soluções para um Futuro Sustentável. Organizada pela International Solid Waste Association, é a primeira vez que a conferência global é realizada no continente africano.
Na apresentação, o presidente da ABDI explicou a estratégia por trás da plataforma, que utiliza as notas fiscais eletrônicas brasileiras para rastreio dos resíduos plásticos. A solução foi bem recebida pelos participantes. “O Brasil está inovando, tem um sistema de nota fiscal eletrônica integrada que carrega uma série de dados, um trabalho espetacular feito pela Receita Federal, e que é fonte de dados para testar as notas, testar o volume de material reciclado usado na indústria”, disse.
A palestra permitiu que representantes do setor produtivo internacional e agentes públicos tirassem dúvidas e conhecessem mais sobre o mecanismo que, além de garantir sustentabilidade na indústria, prepara o Brasil para enfrentar barreiras não tarifárias internacionais.
“O sistema nos fornece um conjunto de dados que pode orientar a política pública e proteger a nossa indústria contra barreiras não tarifárias que começam a surgir no mundo, uma espécie de novo protecionismo utilizando a questão ambiental”, completou Cappelli.
A superação de barreiras comerciais concomitantemente à preservação ambiental também foi destacada pela analista de Produtividade e Inovação da ABDI Talita Daher, que é responsável pelo projeto e também integrante da comitiva da Agência na África do Sul.
“Nossa plataforma faz toda a interoperabilidade com a questão da Receita Federal e, com isso, a gente tem um passaporte digital para exportar, para poder enfrentar as barreiras não tarifárias e colocar nossos produtos e resíduos para o mundo”, reafirmou a analista.
ZPE Atlantis
Também nesta quarta-feira, a comitiva da ABDI conheceu o trabalho da Atlantis, Zona de Processamento de Exportação (ZPE) da Cidade do Cabo que oferece a empresas africanas a redução de tarifas para vendas internacionais. Com 180 hectares e três áreas separadas para diversas empresas, a ZPE conta com investimentos de mais de R$ 3,4 bilhões.
O interesse da ABDI pela experiência sul-africana decorreu da importância dada pela Agência às zonas de processamento de exportação instaladas no Brasil – este ano, a Agência apoiou a criação da ZPE de Bacabeira, no Maranhão, aprovada em maio pelo Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE).