Floresta em pé, indústria sustentável: ABDI atua para promover transição sustentável da indústria brasileira

Floresta em pé, indústria sustentável: ABDI atua para promover transição sustentável da indústria brasileira

Nesta quinta-feira, Dia Mundial do Meio Ambiente, ABDI destaca seus projetos que impulsionam a economia verde no Brasil

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) reafirma seu compromisso na construção de uma nova economia, na qual desenvolvimento e sustentabilidade caminham juntos. A data simboliza o compromisso global com a preservação dos recursos naturais e a ABDI vem promovendo diversos projetos no campo da sustentabilidade, da bioeconomia e da descarbonização da indústria.

Entre as iniciativas que reforçam esse compromisso, estão o Recircula Brasil, o Coopera+, o apoio ao Edital do Instituto Amazônia+21 e a mobilização para a COP 30, que será realizada em Belém, em novembro de 2025. Essas ações traduzem na prática os pilares da Nova Indústria Brasil (NIB), política industrial que tem como premissa central a transformação da matriz produtiva brasileira em direção a modelos mais verdes, digitais e inclusivos.

“Projetos sustentáveis são a base para uma indústria competitiva e inovadora, alinhada com o futuro. Na ABDI, estamos comprometidos em apoiar iniciativas que integram desenvolvimento econômico e preservação ambiental, como o Recircula Brasil, Coopera+ e o Hub de Inovação em Bioeconomia, por exemplo. Esses projetos impulsionam a bioeconomia e a descarbonização e, também, materializam os pilares da Nova Indústria Brasil, que busca uma matriz produtiva mais verde, digital e inclusiva. Manter a floresta em pé e promover uma indústria sustentável é essencial para o Brasil liderar a economia verde global”, destacou a diretora de Economia Sustentável e Industrialização, Perpétua Almeida.

Ainda nesta data, a ABDI e a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) formalizam um convênio que visa estruturar um modelo sustentável de desenvolvimento industrial na Amazônia. Com um investimento de cerca de R$ 650 mil, a iniciativa tem como foco impulsionar a bioeconomia amazônica, oferecendo instrumentos para posicionar o Polo Industrial de Manaus (PIM) como um vetor de desenvolvimento econômico alinhado à preservação ambiental e à geração de empregos na região.

Entre as principais entregas estão: o mapeamento de oportunidades econômicas sustentáveis, a promoção de rodadas de negócios entre empresas do PIM e fornecedores locais, e a elaboração de um plano de ação estratégico, com definição de indicadores de impacto ambiental, social e econômico. O objetivo é criar condições para que a indústria local atue de forma mais integrada às cadeias da bioeconomia, promovendo desenvolvimento com conservação.

Rumo à COP 30: protagonismo do Brasil na agenda climática global

Com a realização da COP 30 em Belém, no Pará, em 2025, o Brasil estará no centro das discussões globais sobre clima, sustentabilidade e transição energética. A ABDI já trabalha na construção de uma agenda estratégica para apresentar durante o evento, reforçando o papel da indústria nacional como agente de transformação na luta contra as mudanças climáticas.

A Agência tem atuado na articulação de projetos que envolvem descarbonização de cadeias produtivas, promoção de energias renováveis, bioeconomia, economia circular e inovação verde, alinhados às metas de neutralidade de carbono.

A COP 30 será uma vitrine para mostrar ao mundo como o Brasil pode liderar a construção de uma indústria sustentável, baseada na valorização dos biomas, no uso racional dos recursos naturais e na integração entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental.

Veja as iniciativas em destaque

Recircula Brasil: logística reversa como motor da economia circular

O Recircula Brasil, desenvolvido pela Agência em parceria com a Associação Brasileira da Indústria do Plástico (Abiplast), foi selecionado recentemente como uma das melhores práticas de economia circular na categoria “embalagens em geral” durante o Fórum Mundial de Economia Circular (World Circular Economy Forum – WCEF), realizado em São Paulo (SP).

A plataforma utiliza notas fiscais eletrônicas para monitorar o percurso dos resíduos plásticos, desde a origem até a reinserção como matéria-prima em novos produtos. Além de promover a reciclagem, o Recircula Brasil também contribui para a economia circular, incentivando a reutilização de materiais e reduzindo o impacto ambiental. 

Com mais de 40 mil toneladas de plástico reciclado rastreadas pela plataforma, o projeto tem se consolidado como uma ferramenta estratégica para empresas que buscam controlar seu impacto ambiental, fortalecer a rastreabilidade da cadeia do plástico reciclado e impulsionar a economia circular no Brasil.

A iniciativa segue em expansão. Em maio deste ano, a ABDI e a Abiplast lançaram dois selos: o Selo de Conteúdo Reciclado, voltado para marcas e indústrias que utilizam plástico reciclado em seus produtos, e o Selo de Rastreabilidade, direcionado a empresas recicladoras e transformadoras de plástico que querem oferecer a rastreabilidade de seus produtos aos seus clientes. Ambos os selos são auditados de forma independente, asseguram transparência, segurança jurídica e ajudam a evitar práticas de greenwashing, promovendo a economia circular no setor plástico.

Reconhecido como modelo de excelência na rastreabilidade e no combate à poluição plástica pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA-ONU) e, sob o gerenciamento da ABDI, o Recircula Brasil está sendo adaptado e expandido para outros setores.

Coopera+: cooperativas como protagonistas da transformação verde

Outro programa estratégico da ABDI é o Coopera+, voltado à industrialização da cadeia da reciclagem e ao fortalecimento de cooperativas de catadores. A iniciativa reconhece que esses trabalhadores são peças-chave para a consolidação de uma economia circular inclusiva no país.

O projeto atua na capacitação das cooperativas, na melhoria da gestão, no acesso a tecnologias e no aumento de renda dos catadores, além de apoio na compra de equipamentos, como caminhões, prensas, empilhadeiras e esteiras.

O programa investirá, no total, R$ 16,9 milhões na industrialização da cadeia da reciclagem no Distrito Federal, beneficiando aproximadamente 30 cooperativas do DF que somam cerca de 1,1 mil catadores. Com isso, estima-se um aumento de 15% a 30% na produtividade da coleta seletiva, triagem e tratamento de resíduos recicláveis, 10% a 30% a mais no número de trabalhadores, e um crescimento de até 20% na renda dos catadores.

Lançado no DF, o programa foi concebido como modelo de política pública replicável nacionalmente. A iniciativa está alinhada à Política Nacional de Resíduos Sólidos, ao Plano Nacional de Inclusão Produtiva e à Estratégia Nacional de Economia Circular, convergindo com os objetivos da Nova Indústria Brasil, que busca um setor produtivo mais verde, justo e inovador.

Hub de inovação em bioeconomia

O Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) vai sediar o primeiro hub de inovação em bioeconomia da região Norte, iniciativa integrada ao projeto CBA Open. O espaço, fruto de uma parceria entre CBA, Sebrae, ABDI e FAS, será instalado em uma área antes subutilizada do centro e funcionará como um “hotel de empresas”, abrigando startups, aceleradoras e iniciativas voltadas à bioeconomia. O objetivo é transformar o potencial da biodiversidade amazônica em soluções tecnológicas, produtos sustentáveis e novos negócios, gerando renda e desenvolvimento local. A previsão é que o hub comece a operar no primeiro semestre de 2025, com apoio adicional do IPT e investimentos estimados em R$ 1,4 milhão para a reforma do espaço.

A ABDI terá papel estratégico na implementação do hub, especialmente no estímulo à bioeconomia como força propulsora da Nova Indústria Brasil (NIB). A atuação da ABDI se concentra na promoção de um desenvolvimento industrial sustentável e inovador, aproveitando estruturas já existentes no CBA e conectando inovação tecnológica às diretrizes ESG. A Agência reforça, assim, seu compromisso em apoiar projetos que aliam tecnologia à biodiversidade como base para a indústria do futuro.

Amazônia+21: fomento à bioeconomia e inovação na floresta

O apoio ao Edital do Instituto Amazônia+21 representa mais uma ação da ABDI alinhada à agenda de desenvolvimento sustentável, desta vez voltada especificamente para a bioeconomia amazônica. A iniciativa busca identificar, apoiar e acelerar negócios inovadores da economia verde na Amazônia. O objetivo é incentivar empresas que buscam recursos para desenvolver soluções focadas no desenvolvimento econômico sustentável da região.

A ABDI atua como articuladora e indutora de soluções tecnológicas e de modelos produtivos que conciliam conservação ambiental com desenvolvimento econômico. O apoio ao Amazônia+21 se insere em uma estratégia mais ampla de preparar a indústria nacional para um novo paradigma de produção, onde a floresta em pé vale mais do que derrubada.

Eficiência Energética

A ABDI e o Ministério de Minas e Energia firmaram um Acordo de Cooperação Técnica para promover a eficiência energética no setor produtivo brasileiro, com foco inicial no setor HVAC-R, especialmente em compressores. A iniciativa integra o projeto Eficiência Energética como Instrumento de Política Industrial e tem como objetivos impulsionar a reindustrialização, a competitividade, a inovação tecnológica e uma transição energética justa e sustentável.

Apoio à descarbonização da mobilidade e da logística

A ABDI apoia as políticas do Governo Federal voltadas à descarbonização da mobilidade e da logística, com foco na modernização da frota nacional e na promoção de práticas sustentáveis no setor automotivo.

Como parte desse esforço, a Agência conduz testagens-piloto para viabilizar modelos de reciclagem veicular que contribuam para uma transição energética eficiente e ambientalmente responsável. Estão previstas ações para a reciclagem de 122 ônibus, com o objetivo de avaliar o desempenho técnico, operacional e ambiental do processo. Essas testagens permitem a identificação de gargalos, a construção de soluções práticas e o aperfeiçoamento do modelo proposto, com vistas à implementação de políticas públicas industriais sustentáveis de longo prazo.

Replanta Agave

A ABDI, em parceria com o Governo da Bahia, executa o projeto Replanta Agave, orçado em R$ 2,6 milhões, para impulsionar a cadeia produtiva do agave na região sisaleira do estado, com foco no aproveitamento da biomassa da planta para produção de biocombustível. A iniciativa busca transformar a atual prática de uso de apenas 4% da planta para fibra de sisal, passando a utilizar até 95% do agave, o que pode aumentar a renda dos trabalhadores e gerar impacto econômico positivo em 20 municípios do Território do Sisal.

Mapeamento da Bioindústria da Amazônia

O projeto Bioindústria na Amazônia, desenvolvido pela ABDI, tem como objetivo estruturar um banco de dados com informações atualizadas e confiáveis sobre a bioindústria nos nove estados da Amazônia Legal. A iniciativa visa incentivar a adoção de modelos de negócios sustentáveis baseados na exploração econômica de bioinsumos, contribuindo para a mitigação das mudanças climáticas. Os dados coletados irão subsidiar a formulação de políticas públicas de incentivo ao setor e facilitar a promoção e difusão da bioindústria no Brasil. Para viabilizar o mapeamento e o levantamento dessas informações, foi firmado um convênio entre a ABDI e o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM).

Fotos: divulgação